
Sessão no quadro do ciclo de seminários doutorais (abertos aos mestrandos) «A Língua Portuguesa em culturas », do Centre de recherches interdisciplinaires sur le monde lusophone (CRILUS – Etudes Romanes) da Universidade Paris Nanterre, proposto por Graça dos Santos e José Manuel da Costa Esteves, em parceria com a Cátedra Lindley Cintra, Leitorado de Português da Univ. Paris 8 -Saint Denis e Casa de Portugal – André de Gouveia.
Data : 22 de fevereiro de 2022, 14H – 16H
Universidade Paris Nanterre, Bât. BCF-Formation continue Sala 103
Ser poeta é ser flor
Na poesia de Florbela Espanc, o motivo floral revela-se muito cedo como um signo preferencial da subjetividade feminina, do qual constitui a metáfora unificadora. O seminário porá em evidência as especificidades dos referentes florais submetidos a um processo expressivo de intensificação semântica e simbólica. Procurar-se-á revisitar a escala dos tons, das temperaturas, dos regimes e dos movimentos aplicados ao motivo floral na poética florbeliana. Trata-se de um largo espectro de cambiantes emocionais, cromáticos e figurativos : entre o reconhecimento espantado da presença miraculosa da « Flor do Sonho », Livro de Mágoas, até às rosas d’Ispahan e o seu gosto de cinza, em Reliquiae.
Ana Luísa Vilela (Un. de Évora/ CLP/ CEL/ CIDEHUS)
É professora de literatura portuguesa na Universidade de Évora e membro do Centro de Literatura Portuguesa (Universidade de Coimbra). Participa nos projetos «Edição Crítica das Obras de Eça de Queirós» e «Dicionário das Personagens da Ficção Portuguesa». Investiga no quadro dos estudos queirosianos e da literatura portuguesa dos séculos XIX e XX. É responsável pelo projeto de edição da coleção inédita de Raul de Carvalho (Alvito) e do tratamento e inventário da coleção de Florbela Espanca (Vila Viçosa). É também coordenadora científica da edição das Obras Completas de Florbela Espanca (org. Fabio Mario da Silva). Publicou vários livros, artigos, edições críticas e ensaios.